quinta-feira, 6 de junho de 2013

caminhos em mim

Quanto mais me descubro
mais me perco mais me acho
Meus sentimentos bailam
Sem destino pelas vielas que trago dentro de mim.
Anseio demasiadamente certas coisas simples
enquanto outras passam despercebidas pelos olhos da minha alma.
E nessa viagem incerta
onde labirintos complicados
me levam a lugares belos e inesperados
de repente...
com milhões de estrelas sob minha cabeça
a lucidez se faz presente,
flashes...
de desejos, momentos, sensações,
de vida
escondidos lá fundo
despertam em mim
vontades de quaisquer coisas
aleatórias...
e no meu peito faísca uma chama
Possibilidades infinitas...


nas tuas profundezas

sinto como quem sente
vivo como quem vive
amo como quem ama
sigo como quem segue
e por aí vou indo
como quem anda, vendo
todas as coisas são lindas
se você souber vê-las
e as mais belas são as que você dedica tempo para aprecia-las
seja um minuto, ou uma hora
sei ver teu olhar,
sei aprecia-lo
sim, eu sei.
sei te descobrir e sei te redescobrir
sei me perder em ti
inúmeras vezes, se possível.
também sei me achar, de vez em quando...
me deixa, então, me achar por aí por dentro
e quando eu tiver lá dentro bem fundo vasculhando tua alma,
me perder por esse teu oceano vasto, novamente.
e lá vou eu, carregando no peito uma única certeza:
de como é bom me achar e me perder
nesse mistério que tem um nome:
o teu


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Cosmo meu

Dentro de mim cabem tantos sentimentos
que me assusto, vez ou outra, com a profundidade de cada um.
São tantos poços, dentro do poço do meu ser,
poços que vão além do meu entendimento.
ora cheios, ora vazios. nunca pela metade.
E, no meio dessa minha estranheza toda,
reconheço no meu coração, a cada segundo a menos de vida,
sensações diferentes.
Me enterneço
enfraqueço
pondero
e penso.
Em um instante, caio da beira do precipício
noutro instante, já nado calmamente no rio que vem abaixo.
sequências, sequências... amores, prazeres, vontades, desejos...
intercalados... sozinhos.
encaixados no vai-e-vem do dia-a-dia.
Sigo sempre pelo incerto, pois é o único caminho possível
o resto não passa de falsas certezas
usadas para acalantar o pobre coração,
que pede uma folga, hora ou outra,
na confusão dos sentimentos.
E, no fim das contas,
ao me olhar no espelho, sinto que fui sempre a mesma,
mas nunca da mesma maneira.
sou como o oceano, em plena tempestade
ou
como o rio que corre fluido, sem parar
ou
como o lago, sereno.
Sou como o céu, como o sol, como a lua, como a terra;

Sou, na realidade, como o universo inteirinho
esse universo gigantesco, cheio de dúvidas
que carrego, desde sempre,
dentro do meu coração


Lampejos disso e daquilo

sensações esquisitas lampejam pelo meu corpo
e na minha mente, pensamentos...
sobre isso, sobre aquilo, isso, aquilo... aquilo... aquilo...
vão vem, ficam por um instante, vão novamente vem novamente e ficam
alguns residem, outros não passam de viajantes
que viajando pelo meu consciente
trazem à tona lembranças
ainda claras e vivas
dentro desse monte de carne e osso
que carrego por cima da minha alma



terça-feira, 4 de junho de 2013

Tudo borrado




E são nessas noites de uma insônia qualquer,
motivada por aqueles pensamentos que grudam e não desgrudam,
feito chiclete na sola do sapato,
que sinto minhas memórias pousarem no meu travesseiro,
e minhas expectativas criarem raízes por entre minha cama.
Penso nas cenas vividas, e não vividas
e as vezes se faz a confusão:
dessa vida, ou de outra?
quais foram sonho,
e quais foram realidade?
na calada da noite,
sinto um borrão na mente...

Presente momento

Nada
devo pedir
Sei o que quero
não sei o que me
quer. Então
ergo o rosto ao sol
e sigo – visível – ao
destino

(Eunice Arruda)

Permita-se

As vezes deixe-se
Ser leve
Deixe-se levar
Pela correnteza
Da vida
Deixe-se seguir
O fluxo natural
À deriva

Permita-se
na beira do mar
fincar seus pés na areia
e acalantar-se com o sol
e o sorriso do amanhecer

Permita-se sentir a lua
Preencher a alma
E beijar-te no rosto
Em um sinal de boa-noite

Permita-se tocar o céu
E permita-se subir ao céu.
Sinta o abraço do universo.
Vire estrela,
viva alto,
E ilumine tudo ao seu redor

Seja a beleza natural
E deixe-a viver no seu interior
Como a chama de uma realidade irreal
Presente na existência cíclica
Ao mesmo tempo efêmera
E imortal

O maior solitário é o que tem medo de amar



A maior solidão é a do ser que não ama. 
A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, 
que se defende, que se fecha, 
que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.
(Vinicius de moraes)